O autor José Carlos Libâneo publicou um estudo sobre
as tendências pedagógicas brasileiras, destacando suas raízes, principais
teóricos, o papel da escola, a relação entre os agentes educacionais e métodos
de ensino.
O termo tendência indica que estamos falando de um
processo onde novas ideias estão vindo à tona e não que houve uma ruptura com o
que já estava posto ou uma mudança abrupta nas formas de ensinar. Nenhuma
dessas tendências pedagógicas desapareceu com o tempo após o surgimento de
outra, elas foram coexistindo e se relacionando até hoje.
O autor dividiu as Tendências Pedagógicas em dois
grandes grupos: Tendência Liberal e Tendência Progressista.
A Tendência Liberal ou Pedagogia Liberal sustenta a
ideia de que a escola tem por função preparar os indivíduos para o desempenho
de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais. Para isso, os
indivíduos precisam aprender a adaptar-se aos valores e às normas vigentes na
chamada "sociedade de classes", través do desenvolvimento da cultura
individual.
Ela é subdividida em outros 4 tendências: tradicional,
renovada progressivista, renovada não-diretiva e tecnicista.
a) A tendência liberal tradicional procura dar
destaque para o ensino humanístico de cultura geral, no qual o aluno é educado
para atingir, pelo próprio esforço, sua plena realização como pessoa. Sendo
assim, as diferenças de classe sociais não são consideradas e toda a prática
escolar como os conteúdos, os procedimentos didáticos, a relação
professor-aluno não têm nenhuma relação com o cotidiano do aluno. É a
predominância da palavra do professor, das regras impostos, do cultivo
exclusivamente intelectual. O aluno é apenas o receptor do conhecimento.
b) A tendência liberal renovava-progressivista teve
início com o Manifesto dos Pioneiros da Educação, publicada e 1930 e assinado
por diversos intelectuais, entre eles, Lourenço Filho, Fernando de Azevedo e
Anísio Teixeira. Nela, acentua o sentido da cultura como desenvolvimento das
aptidões individuais. A escola continua, dessa forma, a preparar o aluno para
assumir seu papel na sociedade, adaptando as necessidades do educando ao meio
social, por isso ela deve imitar a vida. Diferente da tendência liberal
tradicional, que predominava a palavra do professor, aqui é centrada na prática
e os interesses do aluno.
c) A tendência liberal renovada não-diretiva era
orientada para os objetivos de autorrealização e para as relações interpessoais
para que busque ocupar um papel de destaque na sociedade com maior autonomia.
Para isso, é necessário que a escola esteja preocupada com os aspectos
psicológicos antes dos pedagógicos ou sociais. Aqui, o professor é um
facilitador do conhecimento e deve garantir o clima de relacionamento favorável
e de confiança com o estudante.
d) A tendência liberal tecnicista compreende a
educação como um treinamento para preparar os indivíduos para atuarem na
indústria como mão de obra qualificada. Dessa forma, a educação é subordinada à
sociedade, isto é, os alunos são preparados para servir ao sistema de produção.
No tecnicismo, a realidade contém em si suas próprias leis, bastando aos homens
descobri-las e aplicá-las. Dessa forma, o essencial não é o conteúdo da
realidade, mas as técnicas (forma) de descoberta e aplicação. Nela, prevalece a
ideia de que aprender é modificar seu comportamento e, principalmente, o seu
desempenho para adaptar-se ao que é exigido pela sociedade.
REFERÊNCIAS
Tendências Pedagógicas na Prática Escolar - José
Carlos Libâneo
As Principais Tendências Pedagógicas na Prática Escolar
Brasileira e Seus Pressupostos de Aprendizagem - Delcio Barros da Silva
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