20 de jun. de 2021

Os Fenícios: política, cultura, economia e curiosidades.

Por volta de 1100 a.C., após o declínio de Creta, os comerciantes mais poderosos ao longo do Mediterrâneo foram os fenícios. A Fenícia é a região que atualmente corresponde ao Líbano e ao norte do Estado de Israel. Os fenícios nunca se uniram em um país. Em vez disso, eles fundaram várias cidades-estados ricas em torno do Mediterrâneo que às vezes competiam entre si. As primeiras cidades da Fenícia, como Biblos, Tiro e Sidon, foram importantes centros comerciais.

Os fenícios eram notáveis construtores de navios e marinheiros (chamados Povos do Mar). Eles foram os primeiros mediterrâneos a se aventurarem além do Estreito de Gibraltar, navegando pelo Oceano Atlântico, chegando na costa sul da Grã-Bretanha.

Existem algumas evidências de um feito ainda mais notável: a circum-navegação fenícia da África. Segundo Heródoto, os fenícios navegaram ao redor do continente africano pelo Mar Vermelho e de volta pelo Estreito de Gibraltar. Essa viagem não se repetiu novamente por 2.000 anos.

Os fenícios partiram do mar Vermelho e navegaram no mar do sul [o oceano Índico]; sempre que chegasse o outono, eles plantariam e semeariam a terra, em qualquer parte da Líbia [África] em que pudessem vir, e ali aguardariam a colheita; então, tendo colhido a safra, partiram, de modo que passados ​​dois anos, foi no terceiro que contornaram os Pilares de Hércules [Estreito de Gibraltar] e chegaram ao Egito. Lá eles disseram (o que alguns podem acreditar, embora eu não) que, navegando ao redor da Líbia, eles tinham o sol em sua mão direita [na posição reversa].

HERODOTUS, em História, Livro IV (Século V a.C.)

Economia e Política:

As cidades fenícias tinham idioma e hábitos culturais semelhantes, mas não estavam unificadas em um único reino. Eram cidades-Estado, ou seja, detinham autonomia política e administrativa. Eram geralmente governadas por monarcas, em torno dos quais se encontravam uma elite formada por duas principais categorias: comerciantes e armadores(comandantes da marinha). Já as camadas populares eram artesãos, camponeses e escravos.

Entre os fatores que permitiram a expansão marítima desse povo destaca-se seu grande conhecimento náutico. Os fenícios conheciam as correntes

marítimas, o voo das aves marinhas, as rotas de migração de várias espécies de peixes e os ventos de cada região. Com essas informações, podiam afastar-se do litoral e atingir regiões longínquas, assim os eles comercializavam vinho, armas, metais preciosos, marfim e escravos. Eles também eram conhecidos como excelentes artesãos que trabalhavam em madeira, metal, vidro e marfim.

Sua tintura vermelho-púrpura era produzida a partir do murex, uma espécie de caracol que vivia nas águas de Sidon e Tiro. Um caracol, quando deixado para apodrecer, produzia apenas uma ou duas gotas de um líquido de cor vermelho-púrpura profundo.

Cerca de 60.000 caracóis foram necessários para produzir um quilo de corante, que apenas a realeza poderia pagar.

As cidades-estados mais importantes dos fenícios no Mediterrâneo oriental eram Sidon e Tiro, ambas conhecidas por sua produção de tinta vermelho-púrpura, e Biblos, um centro comercial de papiro. Os fenícios construíram colônias ao longo da costa norte da África e nas costas da Sicília, Sardenha e Espanha. A maior colônia fenícia estava em Cartago, no Norte da África. Colonos de Tiro fundaram Cartago por volta de 814 a.C.

 

O alfabeto Fenício:

Graças às relações comerciais mantidas com outros povos, os fenícios passaram por um crescente processo de miscigenação étnica e cultural, por meio do qual assimilaram aspectos culturais, artísticos e religiosos dos habitantes de outras regiões, como os egípcios e habitantes das ilhas gregas.

Como comerciantes, os fenícios precisavam de uma forma de registrar as transações de forma clara e rápida. Assim, os fenícios desenvolveram um sistema de escrita que usava símbolos para representar os sons. O sistema fenício era fonético, ou seja, um signo era usado para um som. Na verdade, a palavra alfabeto vem diretamente das duas primeiras letras do alfabeto fenício: aleph e beth.

Os fenícios, que falavam uma língua semítica, simplificaram sua escrita usando 22 símbolos diferentes para representar os sons de sua fala. Esses 22 caracteres, ou letras, podem ser usados para soletrar todas as palavras da língua fenícia.

Embora os fenícios não tenham sido os únicos a inventar um alfabeto, o deles foi importante porque acabou sendo transmitido aos gregos. Do alfabeto grego veio o alfabeto romano que ainda usamos hoje.

 

 

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Muito Obrigado Pelo Comentário, Volte Sempre