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7 de ago. de 2016

Um breve relato sobre a história da Pedologia


Aqui iremos apresentar a história dos estudos sobre os solos, falando da sua importância para o homem primitivo até a sua sistematização como ciência.
Vamos aqui conhecer um pouco da história da Ciência do Solo e do seu ramo que mais completamente o estuda: a Pedologia.
PEDOLOGIA: É o estudo científico do solo que trata da sua origem, morfologia, mapeamento e classificação.
O desenvolvimento dos estudos do solo pode ser entendido como passando por dois estágios:
ü O Primeiro, muitos séculos atrás com as práticas agrícolas dos povos antigos;
ü O Segundo, refere-se a tempos mais recentes, aos últimos dois século, fundamentado na experimentação e aplicação do método científico.

PRÉ-HISTÓRIA



Os primeiros agrupamentos humanos viam o solo apenas como um lugar onde caminhavam, caçavam ou recolhiam alimentos, ou para obter algum barro para confeccionar objetos de cerâmica e retirar o pigmento para suas pinturas.
Contudo, após a última era glacial (cerca de 10 mil anos atrás), uma boa parte dos humanos começou a agrupar-se em determinadas terras, onde aprenderam a domesticar plantas e animais.
De nômades, passaram a se fixar em determinados locais e criarem territórios, escolhidos pela qualidade do solo, do clima e da água.

Assim, transformações das pequenas aldeias para grandes civilizações foram atreladas a climas semiáridos e a locais com solos férteis, próximos a rios que pudessem fornecer água de boa qualidade para beber e irrigar as lavouras.

NA CHINA
Na China antiga, o território foi subdividido em nove classes de solos para fins de cálculo do valor correspondente ao nosso imposto territorial, que era baseado na capacidade produtiva do solo.

NA GRÉCIA E ROMA
O solo passou a ter uma importância para o ramo da construção e necessitavam de solos adequados para edificações mais pesadas.
Contudo, quase nenhum conhecimento original sobre solos agrícolas foi adicionado nessa época, porque a agricultura era praticada basicamente por escravos e camponeses, a medida que as atividades culturais foram sendo centralizadas nos núcleos urbanos.

ÁRABES
Com florescimento da cultura árabe no primeiro milênio d.C., surgiram vários tratados sobre manejo agrícola do solo, destacando-se os de sistemas de irrigação com base em princípios da hidráulica e alguns manuais ensinando novos cultivos introduzidos na Espanha e Portugal, como algodão, arroz, citrus e cana-de-açúcar.

Alquimistas
Os alquimistas além de buscar o “elixir da longa vida” ou a “pedra filosofal”, ainda procuravam descobrir o que fazia as plantas crescerem.
Ainda com a ideia antiga que os elementos da natureza eram apenas a água, terra, fogo e ar. Os alquimistas acreditavam que era a água o “espírito da vegetação”, ou seja, a única responsável pelo crescimento das plantas.
James Woodward (1665 – 1728) verificou que ao plantar ervilhas em águas barrentas que elas desenvolviam melhor do que em águas limpas, e por isso ele concluiu que o “espírito da vegetação” é a terra.

A Lei do Mínimo
No século XVII, o químico alemão Justus von Liebig e sua equipe emitiram vários conceitos científicos sobre como as plantas se nutriam do solo. Através de experimentos utilizando amostras de diferentes solos, eles concluíram que as plantas se alimentam de água e minerais.
Liebig afirma que “o crescimento de um organismo é limitado pelo elemento essencial que está presente na concentração inferior ao requerido por este organismo”.
Ex.: Boro (B): é indispensável mas sempre raro no solo; quando esgotado pelas plantas cultivadas o crescimento para, mesmo se lhes forem fornecidos abundantemente os outros elementos indispensáveis.

Escola Russa
Enquanto os cientistas de outros países estudavam o solo através de pequenos experimentos dentro de um laboratório, os russos o estudavam examinando-o no campo.
Em 1877, um naturalista russo, de nome Vasily V. Dokuchaev, foi convocado para estudar os efeitos de uma grande seca que havia ocorrido nos estepes (clima frio e seco). Anos depois, Dokuchaev participou de estudos semelhantes, mas dessa na taiga (clima quente e úmido)
Comparando os solos dessas duas regiões, constatou que eles eram bastante diferentes, mesmo quando desenvolvidos de rochas idênticas, e concluiu que isso era ocasionado, principalmente, pela diferenças de clima.
Dokuchaev verificou que poderia observar as diferenças entre os solos dessas duas regiões, descrevendo uma sucessão de camadas quase horizontais da superfície até a rocha. Essas camadas, que ele denominou de horizontes, foram interpretadas como resultantes da reação conjunta de diversos fatores que deram origem ao solo.
Qual a importância da Escola Russa?
A principal inovação proposta por Dokuchaev e a escola russa foi a observação do solo no campo. O solo começou a ser estudado do ponto de vista genético, isolado de suas funções agrícolas, o que permitiu a diferenciação de solo e rocha, a categorização dos solos em diferentes classes, o desenvolvimento do conceito de horizonte, a distribuição dos solos na paisagem e a formalização do conceito "fator de formação".

Escola Americana
Mesmo os russos sendo os pioneiros com o estudo e classificação dos solos, o isolamento desses conhecimentos pela dificuldade da tradução para outras línguas, fez com que a Escola Americana se sobressaísse e se tornasse referência para o mundo.
Na Escola Americana, vamos ter um dos primeiros sistemas de classificação de solo de Curtis Fletcher Marbut em 1924;
Baldwin, Kellog e Thorp (1938) apresentam um novo sistema de classificação de solos, baseado nos critérios de zonalidade climática.

REFERÊNCIAS
·        LEPSCH, Igo F. 19 lições de pedologia. São Paulo: Oficina de textos, 2011.
·        MUNFORD, Lewis, A cidade na história. Belo Horizonte: Itatiaia, 1965.


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