Aqui
iremos apresentar a história dos estudos sobre os solos, falando da sua
importância para o homem primitivo até a sua sistematização como ciência.
Vamos
aqui conhecer um pouco da história da Ciência do Solo e do seu ramo que mais
completamente o estuda: a Pedologia.
PEDOLOGIA:
É o estudo científico do solo que trata da sua origem, morfologia, mapeamento e
classificação.
O
desenvolvimento dos estudos do solo pode ser entendido como passando por dois
estágios:
ü O
Primeiro, muitos séculos atrás com as práticas agrícolas dos povos
antigos;
ü O
Segundo, refere-se a tempos mais recentes, aos últimos dois século,
fundamentado na experimentação e aplicação do método científico.
PRÉ-HISTÓRIA
Os
primeiros agrupamentos humanos viam o solo apenas como um lugar onde
caminhavam, caçavam ou recolhiam alimentos, ou para obter algum barro para
confeccionar objetos de cerâmica e retirar o pigmento para suas pinturas.
Contudo,
após a última era glacial (cerca de 10 mil anos atrás), uma boa parte
dos humanos começou a agrupar-se em determinadas terras, onde aprenderam a
domesticar plantas e animais.
De
nômades, passaram a se fixar em determinados locais e criarem territórios,
escolhidos pela qualidade do solo, do clima e da água.
Assim,
transformações das pequenas aldeias para grandes civilizações foram atreladas
a climas semiáridos e a locais com solos férteis, próximos a rios que pudessem
fornecer água de boa qualidade para beber e irrigar as lavouras.
NA CHINA
Na
China antiga, o território foi subdividido em nove classes de solos para fins
de cálculo do valor correspondente ao nosso imposto territorial, que era
baseado na capacidade produtiva do solo.
NA GRÉCIA E ROMA
O
solo passou a ter uma importância para o ramo da construção e necessitavam de
solos adequados para edificações mais pesadas.
Contudo,
quase nenhum conhecimento original sobre solos agrícolas foi adicionado nessa
época, porque a agricultura era praticada basicamente por escravos e
camponeses, a medida que as atividades culturais foram sendo centralizadas nos
núcleos urbanos.
ÁRABES
Com
florescimento da cultura árabe no primeiro milênio d.C., surgiram vários
tratados sobre manejo agrícola do solo, destacando-se os de sistemas de
irrigação com base em princípios da hidráulica e alguns manuais ensinando novos
cultivos introduzidos na Espanha e Portugal, como algodão, arroz, citrus e
cana-de-açúcar.
Alquimistas
Os
alquimistas além de buscar o “elixir da longa vida” ou a “pedra filosofal”,
ainda procuravam descobrir o que fazia as plantas crescerem.
Ainda
com a ideia antiga que os elementos da natureza eram apenas a água, terra, fogo
e ar. Os alquimistas acreditavam que era a água o “espírito da
vegetação”, ou seja, a única responsável pelo crescimento das plantas.
James
Woodward (1665 – 1728) verificou que ao plantar ervilhas em águas barrentas que
elas desenvolviam melhor do que em águas limpas, e por isso ele concluiu que o
“espírito da vegetação” é a terra.
A Lei do
Mínimo

Liebig
afirma que “o crescimento de um organismo é limitado pelo elemento essencial
que está presente na concentração inferior ao requerido por este organismo”.
Ex.:
Boro (B): é indispensável mas sempre raro no solo; quando esgotado pelas
plantas cultivadas o crescimento para, mesmo se lhes forem fornecidos
abundantemente os outros elementos indispensáveis.
Escola
Russa
Enquanto
os cientistas de outros países estudavam o solo através de pequenos
experimentos dentro de um laboratório, os russos o estudavam examinando-o no
campo.
Em
1877, um naturalista russo, de nome Vasily V. Dokuchaev, foi convocado
para estudar os efeitos de uma grande seca que havia ocorrido nos estepes
(clima frio e seco). Anos depois, Dokuchaev participou de estudos semelhantes,
mas dessa na taiga (clima quente e úmido)
Comparando
os solos dessas duas regiões, constatou que eles eram bastante diferentes,
mesmo quando desenvolvidos de rochas idênticas, e concluiu que isso era
ocasionado, principalmente, pela diferenças de clima.
Dokuchaev
verificou que poderia observar as diferenças entre os solos dessas duas
regiões, descrevendo uma sucessão de camadas quase horizontais da superfície
até a rocha. Essas camadas, que ele denominou de horizontes, foram
interpretadas como resultantes da reação conjunta de diversos fatores que deram
origem ao solo.
Qual a importância da Escola Russa?
A
principal inovação proposta por Dokuchaev e a escola russa foi a observação do
solo no campo. O solo começou a ser estudado do ponto de vista genético,
isolado de suas funções agrícolas, o que permitiu a diferenciação de solo e
rocha, a categorização dos solos em diferentes classes, o desenvolvimento do
conceito de horizonte, a distribuição dos solos na paisagem e a formalização do
conceito "fator de formação".
Escola
Americana
Mesmo
os russos sendo os pioneiros com o estudo e classificação dos solos, o
isolamento desses conhecimentos pela dificuldade da tradução para outras
línguas, fez com que a Escola Americana se sobressaísse e se tornasse
referência para o mundo.
Na
Escola Americana, vamos ter um dos primeiros sistemas de classificação de solo
de Curtis Fletcher Marbut em 1924;
Baldwin,
Kellog e Thorp (1938) apresentam um novo sistema de classificação de solos,
baseado nos critérios de zonalidade climática.
REFERÊNCIAS
·
LEPSCH, Igo F. 19 lições de pedologia.
São Paulo: Oficina de textos, 2011.
·
MUNFORD, Lewis, A cidade na história.
Belo Horizonte: Itatiaia, 1965.
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