7 de mai. de 2016

Ratzel vs La Blache: As correntes positivistas da Geografia


Segundo Ratzel (1894), o ser humano, na condição de habitante da Terra, é essencialmente dependente da natureza para se estabelecer no espaço e se desenvolver. As sociedades são modeladas de acordo com as condições naturais de seu meio. Sendo ele então considerado um determinista ambiental, embora nunca tivesse defendido que as condições naturais fossem por si só o fator determinante dos modos de vida e das sociedades. Em seus estudos, Ratzel observou o grau de desenvolvimento dos grupos humanos, seus esforços e a maneira de como exploravam a natureza.
A Escola Francesa, que tinha La Blache como seu principal idealizador, se opunham ao pensamento de Ratzel, por julgar que ele pregava o determinismo ambiental. Para La Blache, a natureza não é determinante das condições sociais, econômicas e tecnológicas de um povo. As descrições regionais que realizou descrevem a intervenção humana nas paisagens, bem como a superposição de aspectos físicos naturais ao longo da História. La Blache dizia que o ser humano é capaz de mudar a natureza e de derrubar os obstáculos como as altitudes, aridez, infertilidade do solo que se encontra determinadas regiões.
Para La Blache, a natureza fornece possibilidades de transformações das paisagens e de evolução dos seres humanos, de maneira que o modo de vida de cada sociedade é um conjunto de técnicas, hábitos e organismos sociais que tornam possível o uso dos recursos que a natureza dispõe. Embora o meio sendo capaz de influenciar o modo de vida do humem, é a sua racionalidade que lhe dá condições de modificar e adaptar-se ao meio a fim de satisfazer suas necessidades.

Ratzel também formulou o conceito de Espaço Vital, que afirmava que “toda sociedade, em um determinado grau de desenvolvimento, deve conquistar territórios onde as pessoas são menos desenvolvidas.”.
Ideia que mais tarde iria influenciar alguns povos a buscar a expansão territorial, no caso, o povo alemão. Não apenas a restauração das fronteiras de 1914, mas também a conquista da Europa Oriental, espaço onde as necessidades, relativas à dominação territorial e recursos minerais desse povo seriam supridas. Quem também fazia parte, como se fosse um "trato", era a Itália, que por ficar do outro lado do "espaço vital" era de grande interesse alemão. O interesse alemão e italiano nesta expansão justificava-se em certa medida pelo fato dos dois países serem retardatários na expansão marítima europeia, e ao contrário da França e da Inglaterra, não tinham vastos domínios coloniais.  
Se contrapondo a ideia de Espaço Vital e de Determinismo Ambiental da Escola Alemã de Ratzel, La Blache então formulou a ideia de Gênero de Vida, que surgiria como sinônimo de cultura, que influenciou o imperialismo moderno, onde aquelas sociedades onde a habilidade de transformar a natureza seria mais avançada, deveria então buscar por mais recursos em outras sociedades menos avançadas.

La Blache e Ratzel são os grandes teóricos que influenciam até hoje as bases da geografia tradicional, apesar das diversas críticas, suas produções são de grande relevância para os estudos do Território e da Geopolítica.  

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