Segundo Ratzel (1894), o ser humano, na condição de
habitante da Terra, é essencialmente dependente da natureza para se estabelecer
no espaço e se desenvolver. As sociedades são modeladas de acordo com as
condições naturais de seu meio. Sendo ele então considerado um determinista
ambiental, embora nunca tivesse defendido que as condições naturais fossem por
si só o fator determinante dos modos de vida e das sociedades. Em seus estudos,
Ratzel observou o grau de desenvolvimento dos grupos humanos, seus esforços e a
maneira de como exploravam a natureza.
A Escola Francesa, que tinha La Blache como seu
principal idealizador, se opunham ao pensamento de Ratzel, por julgar que ele
pregava o determinismo ambiental. Para La Blache, a natureza não é determinante
das condições sociais, econômicas e tecnológicas de um povo. As descrições
regionais que realizou descrevem a intervenção humana nas paisagens, bem como a
superposição de aspectos físicos naturais ao longo da História. La Blache dizia
que o ser humano é capaz de mudar a natureza e de derrubar os obstáculos como
as altitudes, aridez, infertilidade do solo que se encontra determinadas
regiões.
Para La Blache, a natureza fornece possibilidades de
transformações das paisagens e de evolução dos seres humanos, de maneira que o
modo de vida de cada sociedade é um conjunto de técnicas, hábitos e organismos
sociais que tornam possível o uso dos recursos que a natureza dispõe. Embora o
meio sendo capaz de influenciar o modo de vida do humem, é a sua racionalidade
que lhe dá condições de modificar e adaptar-se ao meio a fim de satisfazer suas
necessidades.
Ratzel
também formulou o conceito de Espaço
Vital, que afirmava que “toda sociedade, em um determinado grau de
desenvolvimento, deve conquistar territórios onde as pessoas são menos
desenvolvidas.”.
Ideia que mais tarde iria influenciar alguns povos a
buscar a expansão territorial, no caso, o povo alemão. Não apenas a restauração
das fronteiras de 1914, mas também a conquista da Europa Oriental, espaço onde
as necessidades, relativas à dominação territorial e recursos minerais desse
povo seriam supridas. Quem também fazia parte, como se fosse um
"trato", era a Itália, que por ficar do outro lado do "espaço
vital" era de grande interesse alemão. O interesse alemão e italiano nesta
expansão justificava-se em certa medida pelo fato dos dois países serem
retardatários na expansão marítima europeia, e ao contrário da França e da
Inglaterra, não tinham vastos domínios coloniais.
Se contrapondo a ideia de Espaço Vital e de
Determinismo Ambiental da Escola Alemã de Ratzel, La Blache então formulou a
ideia de Gênero de Vida, que surgiria como sinônimo de cultura, que influenciou
o imperialismo moderno, onde aquelas sociedades onde a habilidade de
transformar a natureza seria mais avançada, deveria então buscar por mais
recursos em outras sociedades menos avançadas.
La Blache e Ratzel são os grandes teóricos que influenciam
até hoje as bases da geografia tradicional, apesar das diversas críticas, suas
produções são de grande relevância para os estudos do Território e da
Geopolítica.
M E A J U D O U
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