12 de mar. de 2017

Compreendendo a Questão Irlandesa




A Ilha da Irlanda (também conhecida como Ilha Esmeralda por suas vastas estepes verdes claras) é a terceira maior ilha da Europa e a vigésima maior do mundo. Encontra-se a noroeste da Europa continental e está cercada por centenas de ilhas e ilhéus. A leste da Irlanda localiza-se a Grã-Bretanha, separada dela pelo estreito Mar da Irlanda.
A Ilha é composta por dois países: A República do Eire, ou República da Irlanda, e Irlanda do Norte, ou Ulster (administrada pelo Reino Unido).
O povoamento da ilha da Irlanda teve início no século IV a.C. com a chegada dos celtas, que desenvolveram uma civilização desenvolvida e diversificada. No século V d.C., o cristianismo foi introduzido na região por iniciativa de São Patrício.
A fusão da cultura celta com o cristianismo promoveu na região uma extraordinária mudança de ordem cultural e religiosa, que perdurou até o século VII. Do final do século VII até o início do século XI, a Irlanda foi sendo ocupada pelos noruegueses, que fundaram dos reinos rivais: o de Dublin e o de Limerick. Com essa divisão, houve o enfraquecimento do poder político local, o que favoreceu a invasão, em 1166, dos anglo-normandos (ingleses).
Com a dominação inglesa, os irlandeses passaram a ser evacuados de suas terras, que foram distribuídas entre colonos ingleses e escoceses implantando a o protestantismo no território.
O descontentamento causado pela invasão foi responsável por inúmeros conflitos, sendo a revolta de Ulster a principal,  pois provocou a fuga dos irlandeses católicos e distribuição de suas terras aos favoritos da rainha Elizabeth I. A revolta dos irlandeses diante dessa atitude levou-os a apoiarem sistematicamente os inimigos dos ingleses. Como represália, a Inglaterra aplicou leis penais rígidas e estabeleceu limitações à importação dos produtos irlandeses.
Capa do filme Brooklyn (2015)
Entre 1846 e 1848, a Irlanda foi assolada por um período de grande escassez de alimentos, principalmente de batatas (principal alimento da população da época). Esse fato aumentou a miséria da população irlandesa, causou morte de mais de um milhão de pessoas e obrigou cerca de dois milhões imigrarem, principalmente para o Canadá e para os Estados Unidos. A imigração irlandesa é muito bem retratada no filme Brooklyn de 2015.
Essas condições provocaram o surgimento de movimentos separatistas revolucionários irlandeses, como os Fenianos e os dos Sinn Féin, que reivindicavam autonomia e independência total em relação ao Reino Unido. A minoria protestante, ligada à Inglaterra, conseguiu rejeitar a autonomia até 1914. Com a Primeira Guerra Mundial, os nacionalistas promoveram uma revolta conhecida como Levante de Páscoa, que foi duramente reprimida pelos Ingleses.


Em 1918, o líder revolucionário Michel Collins fundou o Exército Republicano Irlandês (IRA), responsável por desencadear uma nova rebelião nacional. Após dois anos de guerrilha, o Tratado Anglo-Irlandês de 1922 finalizou essa guerra e estabeleceu o Estado Livre da Irlanda como um domínio de autogovernado dentro da Commonwealth britânica. A Irlanda do Norte optou por permanecer como parte do Reino Unido. O estado independente aumentou a sua soberania através do Estatuto de Westminster, em 1931, e com a crise de abdicação de 1936. Uma nova constituição, em 1937, declarou um Estado soberano chamado Irlanda (Éire).O Ato da República da Irlanda proclamou a Irlanda como uma república em 1949, removendo os direitos remanescentes dos monarcas. O país, consequentemente, retirou-se da Commonwealth britânica.


REFERÊNCIAS
SMITH, Dan. Atlas dos conflitos mundiais: um apanhado dos conflitos atuais e dos acordos de paz. Tradução de Carmem Olivieri e Regina Aparecida de Melo Garcia. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2007.



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