ENEM - 2014
Questão 24 – AZUL
Alguns dos desejos são naturais e necessários; outros, naturais e não necessários; outros, nem naturais nem necessários, mas nascidos de vã opinião. Os desejos que não nos trazem dor se não satisfeitos não são necessários, mas o seu impulso pode ser facilmente desfeito, quando é difícil obter sua satisfação ou parecem geradores de dano.
EPICURO DE SAMOS. Doutrinas principais. In: SANSON, V. F. Textos de filosofia.
Rio de Janeiro: Eduff, 1974.
No fragmento da obra filosófica de Epicuro, o homem tem como fim
Questão 25 – AZUL
No
centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apontando para o alto. Esse
gesto significa que o conhecimento se encontra em uma instância na qual o homem
descobre a
ENEM – 2013
Questão
04 – AZUL
TEXTO
I
Há já algum tempo eu me apercebi
de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como
verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal
assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessário tentar
seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até
então dera crédito, e começar tudo novamente a fim de estabelecer um saber
firme e inabalável.
DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira
Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).
TEXTO
II
É o caráter radical do que se
procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o
espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá
sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma
daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida.
SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado).
A exposição e a análise do
projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a reconstrução radical do conhecimento,
deve-se
Questão
10 – AZUL
Nasce daqui uma questão: se vale
mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas
seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser
temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens que se
pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores,
covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus,
oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o
perigo está longe; mas quando ele chega, revoltam-se.
MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand,
1991.
A partir da análise histórica do
comportamento humano em suas relações sociais e políticas, Maquiavel define o
homem como um ser
Questão
15 – AZUL
Na
produção social que os homens realizam, eles entram em determinadas relações
indispensáveis e independentes de sua vontade; tais relações de produção
correspondem a um estágio definido de desenvolvimento das suas forças materiais
de produção. A totalidade dessas relações constitui a estrutura econômica da
sociedade – fundamento real, sobre o qual se erguem as superestruturas política
e jurídica, e ao qual correspondem determinadas formas de consciência social.
MARX, K. Prefácio à Crítica da economia política. In: MARX, K.; ENGELS, F.
Textos 3. São Paulo: Edições Sociais, 1977 (adaptado).
Para
o autor, a relação entre economia e política estabelecida no sistema
capitalista faz com que
Questão
22 – AZUL
Para que não haja abuso, é
preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido pelo poder.
Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos
nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de
executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos
indivíduos. Assim, criam-se os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário,
atuando de forma independente para a efetivação da liberdade, sendo que esta
não existe se uma mesma pessoa ou grupo exercer os referidos poderes
concomitantemente.
MONTESQUIEU, B. Do Espírito das Leis. São Paulo: Abril
Cultural, 1979 (adaptado).
A divisão e a independência entre
os poderes são condições necessárias para que possa haver liberdade em um
Estudo. Isso pode ocorrer apenas sob um modelo político em que haja
Questão
27 – AZUL
A felicidade é, portanto, a
melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não
devem estar separados como na inscrição existente em Delfos “das coisas, a mais
nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que
amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas mais excelentes atividades,
e entre essas a melhor, nós a identificamos como felicidade.
ARISTÓTELES. A Política. São
Paulo: Cia. Das Letras, 2010.
Ao reconhecer na felicidade a
reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles a identifica como
Questão
36 – AZUL
Até hoje admitia-se que nosso
conhecimento se devia regular pelos objetos; porém, todas as tentativas para
descobrir, mediante conceitos, algo que ampliasse nosso conhecimento,
malogravam-se com esse pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar se
não se resolverão melhor as tarefas da metafísica, admitindo que os objetos se
deveriam regular pelo nosso conhecimento.
KANT, I. Crítica da razão pura.
Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 1994 (adaptado).
O trecho em questão é uma
referência ao que ficou conhecido como revolução copernicana na filosofia.
Nele, confrontam-se duas posições filosóficas que
Questão
41 – AZUL
Os
produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento
tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade,
como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa
expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e
Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de
um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de
enriquecer sua vida, física e culturalmente.
CUPANI, A. A tecnologia como
problema filosófico: três enfoques. Scientiae Studia, São Paulo, v. 2, n. 4,
2004 (adaptado).
Autores da filosofia moderna, notadamente
Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de
saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto,
a investigação científica consiste em
d)
explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os
discursos éticos e religiosos.
e)explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos.
e)explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos.
ENEM
– 2012
Na França, o rei Luís XIV teve
sua imagem fabricada por um conjunto de estratégias que visavam sedimentar uma
determinada noção de soberania. Neste sentido, a charge apresentada demonstra
Questão
02 – AZUL
Esclarecimento
é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A
menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de
outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela
não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de
servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Tem coragem de fazer uso de teu
próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento. A preguiça e a covardia
são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens, depois que a
natureza de há muito os libertou de uma condição estranha, continuem, no
entanto, de bom grado menores durante toda a vida.
KANT, I. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? Petrópolis: Vozes,
1985 (adaptado).
Kant
destaca no texto o conceito de Esclarecimento, fundamental para a compreensão
do contexto filosófico da Modernidade. Esclarecimento, no sentido empregado por
Kant, representa:
Questão
07 – AZUL
É verdade que nas democracias o
povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política não consiste nisso. Deve-se
ter sempre presente em mente o que é independência e o que é liberdade. A
liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidadão
pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os
outros também teriam tal poder.
MONTESQUIEU. Do Espirito das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997
(adaptado).
A característica de democracia
ressaltada por Montesquieu diz respeito
Questão
09 – AZUL
Na
regulação de matérias culturalmente delicadas, como, por exemplo, a linguagem
oficial, os currículos da educação pública, o status das Igrejas e das
comunidades religiosas, as normas do direito penal (por exemplo, quanto ao
aborto), mas também em assuntos menos chamativos, como, por exemplo, a posição
da família e dos consórcios semelhantes ao matrimônio, a aceitação de normas de
segurança ou a delimitação das esferas pública e privada – em tudo isso
reflete-se amiúde apenas o autoentendimento ético-político de uma cultura
majoritária, dominante por motivos históricos. Por causa de tais regras,
implicitamente repressivas, mesmo dentro de uma comunidade republicana que
garanta formalmente a igualdade de direitos para todos, pode eclodir um conflito
cultural movido pelas minorias desprezadas contra a cultura da maioria.
HABERMAS, J. A inclusão do outro: estudos de teoria política. São Paulo: Loyola,
2002.
A reivindicação dos direitos culturais das
minorias, como exposto por Habermas, encontra amparo nas democracias
contemporâneas, na medida em que
Questão
25 – AZUL
Para Platão, o que havia de
verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão
e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto racional
e objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do
segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua
mente.
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles:
o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado).
O texto faz referência à relação
entre razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão
(427 a.C.-346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa
relação?
Questão
28 – AZUL
TEXTO
I
Anaxímenes de Mileto disse que o
ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que
outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se
em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir
do ar por feltragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em água. A água,
quando mais condensada, transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo possível,
transforma-se em pedras.
BURNET, J. A aurora da filosofia
grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado).
TEXTO
II
Basílio Magno, filósofo medieval,
escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas, está no princípio do mundo e
dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção,
as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina,
ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como
julga Demócrito. Na verdade, dão impressão de quererem ancorar o mundo numa
teia de aranha.”.
GILSON, E.: BOEHNER, P. Historia
da Filosofia Crista. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado).
Filósofos dos diversos tempos
históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de
uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de
Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que
Questão
30 – AZUL
TEXTO
I
Experimentei algumas vezes que os
sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já
nos enganou uma vez.
DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo:
Abril Cultural, 1979.
TEXTO
II
Sempre que alimentarmos alguma
suspeita de que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado,
precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se
for impossível atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, isso servirá para
confirmar nossa suspeita.
HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: Unesp, 2004
(adaptado).
Nos textos, ambos os autores se
posicionam sobre a natureza do conhecimento humano. A comparação dos excertos
permite assumir que Descartes e Hume
Questão
31 – AZUL
Não
ignoro a opinião antiga e muito difundida de que o que acontece no mundo é
decidido por Deus e pelo acaso. Essa opinião é muito aceita em nossos dias,
devido às grandes transformações ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais
escapam à conjectura humana. Não obstante, para não ignorar inteiramente o
nosso livre-arbítrio, creio que se pode aceitar que a sorte decida metade dos
nossos atos, mas [o livre-arbítrio] nos permite o controle sobre a outra
metade.
MAQUIAVEL, N. O Príncipe.
Brasília: EdUnB, 1979 (adaptado).
Em
O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do poder em seu tempo. No
trecho citado, o autor demonstra o vínculo entre o seu pensamento político e o
humanismo renascentista ao
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