GOMES, Paulo César da Costa. O Conceito de Região e sua Discursão. In: Iná Elias de Castro,
Paulo César da Costa Gomes, Roberto Lobato Corrêa (Org.) Geografia: Conceitos e
Temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. p. 50 - 73.
CAPÍTULO II - O CONCEITO DE REGIÃO E SUA DISCUSSÃO
O segundo capítulo é de autoria do
geografo Paulo Cesar da Costa Gomes trata da diversidade da noção de região,
que diferente do capítulo anterior, não busca um conceito fechado sobre este
objeto de objeto de estudo, pois ele não é um termo restrito das ciências
geográficas e, além disso, é possível perceber diferentes formas de aplicação
em um mesmo seguimento científico.
ALGUNS
IMPORTANTES ANTECEDENTES
O termo “região” é de
origem do latim regere e foi
empregado pela primeira vez pelo Império Romano para designar as áreas
controladas por Roma, a partir daí surgindo politicamente por conta da dinâmica
do Estado, da cultura e da diversidade espacial o conceito de região, que
servia como suporte para o ambiente natural.
OS DIVERSOS DOMÍNIOS DA NOÇÃO DE REGIÃO
Com o avanço da
tecnologia de representação e geração de informações, surgiram outras
perspectivas para assuntos regionais, impulsionando diversos estudos
geográficos em âmbito regional.
No cotidiano, a noção
de região está vinculada à localização e extensão. A região também é vista como
unidade administrativa; e, nesse caso, a divisão regional é a forma do domínio
hierárquico e do controle estatal.
A região pode ser
objeto de estudo para diversas áreas do conhecimento, porém na geografia, o uso
de região é mais complexo, pois ao tentarmos fazer dela ciência, teremos as
indefinições, seu uso vulgar adicionado à discussão epistemológica que esse
conceito nos impõe. Uma das alternativas encontradas por alguns geógrafos foi
de adjetivar a noção de região para diferir do senso comum.
Na escola francesa o
conceito de região natural nasce da ideia de que o ambiente tem certo domínio
sobre a orientação do desenvolvimento da sociedade, porém a região natural não
pode ser o quadro e o fundamento da geografia, pois o ambiente não é capaz é
capaz de explicar toda complexidade das relações humanas. Sob este viés
“possibilista” as regiões existem como unidades básicas do saber geográfico.
Segundo Hartshorne, um ponto chave para
a Geografia é a localização e diferenciação de áreas, pois é a partir disto que
se cria uma epistemologia no campo geográfico. O que distingui Hartshorne dos
demais da escola francesa é o fato de que para ele a região não é realidade
evidente que apenas cabe ao geógrafo descrever e sim a região como um produto
mental, uma forma de ver o espaço e a colocação dos fundamentos da organização
diferenciado do espaço como evidência.
Os geógrafos
influenciados pela análise marxista procuram estabelecer estreita relação entre
o conceito de região e os conceitos da economia política e de formação
socioeconômico.
Concluímos então que o conceito de
região é um conceito que funde uma reflexão política de base territorial, se
ela coloca em jogo comunidades de interesse identificadas a certa área e,
finalmente, uma discussão entre os limites de autonomia em face de um poder
central, parece que esses elementos devem fazer parte desta nova definição em
lugar de assumirmos uma solidariedade total com o senso comum que, neste caso
da região, pode obscurecer um dado essencial: o fundamento político, de
controle e domínio de um território.
faltou muita informação que ainda poderia ter sido colocada. mesmo assim, bom resumo. Obrigado
ResponderExcluirObrigado pelo alerta. Em breve irei aperfeiçoar esse resumo.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirCreio que a palavra "seguimento" ali no primeiro parágrafo deveria ser "segmento", não?
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