16 de mar. de 2016

RESUMO - COMO O ESTADO SE ETERNIZA (Murray N. Rothbard)



RESUMO - COMO O ESTADO SE ETERNIZA  (Murray N. Rothbard)

Quando o estado se estabelece o seu problema é manter o domínio ideológico para continuar no poder, pois qualquer governo necessita do apoio e aceita da maioria das pessoas.

Ele pode buscar apoio através da criação de um pequeno grupo de seguidores que desfrutem os privilégios do domínio, que auxiliarão na persuasão da maioria para a ideologia de que o seu governo é melhor do que as demais alternativas possíveis. A disseminação desta ideologia é uma tarefa dos "intelectuais" formadores de opinião da sociedade.

Assim, o estado é responsável por recompensar os intelectuais por seus trabalhos, uma vez que dificilmente ele conseguiria se sustentar no livre mercado por geralmente não oferecerem um produto de interesse das massas.

A aliança entre o estado e intelectuais teve seu destaque no século XIX a partir da Universidade de Berlim. Um dos exemplos dessa aliança é o desenvolvimento de ciências militares para servir como recurso do governo para o uso da violência. Outro exemplo são os historiadores oficiais, dedicados a difundir a visão dos governantes acerca dos acontecimentos.

Os argumentos que o estado e seus intelectuais têm induzido a maioria a apoiar o seu domínio são: (a) o governante é um homem sábio e divinamente abençoado, e por isso está a cima dos demais, e (b) que a subjugação pelo governo é necessária e que sua queda poderia causar muitos problemas.

Outra alternativa seria a de instaurar medo acerca do que seria diferente ou novo, alegando que a segurança só é possível quando fornecida pelo estado. A partir disso, o estado passou a se identificar como o território que domina, fazendo com que as muitas pessoas que possuem uma relação direta com o lugar de que vivem, tenham um sentimento de "nacionalismo", e passem a proteger o estado como se fossem suas propriedades.

As armas ideológicas do estado são muito sutis. Uma destas é a tradição, que se perpetua de acordo com o tempo de domínio de um grupo, pois as adorações aos governantes se tornam um hábito passado entre as gerações. Nisso, o maior perigo para o estado é a crítica intelectual independente, e a maneira de abafar as críticas é atacando todos àqueles que confrontam a sabedoria dos ancestrais, isto é, a tradição.
Outra potente força ideológica é o ataque à individualidade e a exaltação da coletividade, para que assim possa garantir a aceitação da maioria e cortando qualquer perigo que possa desafiar a opinião das massas.

É também muito importante que o estado se mostre como inevitável. Um método para isso é o da indução do determinismo historiográfico, em posição ao livre arbítrio individual, mas para que seja efetivo, o estado necessita que o povo veja o povo acredite as críticas ao estado não passam de "teorias da conspiração" e que ele não é responsável por eventuais problemas que ele causar.

Outro velho e eficaz método para dominar a maioria é através dos ataques do bem-estar privado, o rotulando como "exploratório", "ganancioso" e "egoístas", isto é, todo aquele sentimento visto como ruim, concluindo que os recursos devem ser retirados do setor privado para o "setor público". A culpa induzida faz com que os indivíduos que se entregam à "cobiça egoísta" sejam mal vistos e que as ações dos governantes sejam consideradas nobres e elevadas.

Por fim, o estado utiliza a Ciência para estabelecer o seu domínio, uma vez que as massas tendem a aceitar mais facilmente as coisas que parecem ter um a justificativa com um falso embasamento científico.


Por conseguinte, o estado busca a manutenção do seu apoio ideológico impressionando o público com a sua "legitimidade", se mostrando diferente de criminosos comuns.


REFERÊNCIA
ROTHBARD, Murray N. A anatomia do estado. Tradução de Tiago Chabert. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises, 2012.

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