História da
Cartografia
O desenvolvimento da Cartografia, desde épocas
remotas até os dias atuais, tem acompanhado o progresso da civilização. Os
antigos nômades já utilizavam mapas itinerários para orientação.
No entanto, foi a partir da necessidade que o homem
teve para se localizar sobre a superfície terrestre, principalmente com o
advento da interação entre diferentes povos na antiguidade, que a cartografia
começou a se moldar como ciência.
Ela evoluiu significativamente, assim como toda
ciência, devido aos períodos de guerras, onde o poder militar buscavam
reconhecer os territórios com maior precisão.
Na Grécia Antiga, os primeiros fundamentos da
ciência cartográfica foram lançados quando Hiparco (160-120 a.C.) utilizou,
pela primeira vez, métodos astronômicos para a determinação de posições na
superfície da Terra e deu a primeira solução ao problema relativo ao
desenvolvimento da superfície da Terra sobre um plano, idealizando a projeção,
cônica.
Os gregos legaram também as concepções da
esfericidade da Terra, dos polos, equador e trópicos, que foram as primeiras
medidas geométricas, a idealização dos primeiros sistemas de projeção, e a
introdução das noções de longitude e latitude (RIBEIRO; ANDERSON, 2002).
Todo o conhecimento geográfico e cartográfico da
Grécia Antiga está idealizado na obra “Geografia” do astrônomo, geógrafo e
cartógrafo grego Cláudio Ptolomeu de Alexandria (90-168 d.C.). Sua
extraordinária obra, em oito volumes, ensina os princípios da Cartografia
Matemática, das projeções e os métodos de observação astronômica. Essa
monumental contribuição da Grécia Antiga à ciência cartográfica foi, no
entanto, ignorada durante toda a Idade Média, somente aparecendo no século XV,
quando então exerceu grande influência sobre o pensamento geográfico da época,
com o chamado Renascimento de Ptolomeu.
Durante o longo período entre a contribuição
original de Ptolomeu, o surgimento de sua obra e o aproveitamento do seu saber,
a cartografia atravessou fases de estagnação e, às vezes, de retrocesso.
Enquanto a cartografia romana não aproveitou os
conhecimentos matemáticos dos gregos, os quais foram absorvidos pelos árabes,
estes aperfeiçoaram tais conhecimentos, calcularam o valor do comprimento do
grau, construíram esferas celestes, estudaram os sistemas de projeção e
organizaram tábuas de latitudes e longitudes. Não podemos esquecer que no
século XII, temos a obra do geógrafo árabe Abdallah El-Edrisi, que é um resumo
precioso dos conhecimentos geográficos dos muçulmanos. E assim, enquanto os
árabes conservavam estes antecedentes científicos, a civilização
latino-germânica cultuava na Idade Média um misticismo religioso que causou o
desaparecimento dos conhecimentos geográficos gregos.
Para aqueles que não tiveram oportunidade de
apreciar em profundidade a história, esse período foi chamado Idade das trevas!
Por essa época, os contatos verificados entre as
civilizações cristã e árabe ocorrem através das cruzadas, da expansão árabe na
península Ibérica e principalmente, do comércio entre os povos mediterrâneos.
Houve um intercâmbio de conhecimentos, o que de certa forma, resultou em
progresso para a cartografia. Mas este progresso não se realizou no campo
matemático teórico propriamente dito, porém em instrumentos.
Para atender as exigências náuticas, motivadas pelo
desenvolvimento da navegação com a introdução da agulha magnética, a
cartografia assumiu um aspeto funcional.
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