Conheça a História do Reino Gay e Lésbico das Ilhas do Mar do Coral

Bandeira do Reino Gay e Lésbico das Ilhas do Mar do Coral

Direitos autorais: © Travelscape Images / Alamy

O Reino Gay e Lésbico das Ilhas do Mar do Coral foi uma micronação estabelecida como um protesto político simbólico realizado por um grupo de ativistas dos direitos LGBT do sudeste de Queensland, Austrália. Declarado em 14 de junho de 2004 em resposta à recusa do governo australiano em reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O Reino foi fundado nas Ilhas do Mar do Coral, um grupo de ilhas desabitadas a leste da Grande Barreiras de Corais, dentro dos limites costeiros da Austrália.

O Reino só foi dissolvido em 17 de novembro de 2017, após a decisão do povo australiano de legalizar o casamento gay.

A iniciativa para a fundação de um reino gay foi tomada por Matthew Briggs durante o Festival de Orgulho Gay e Lésbico de Brisbane em 2003. Ativistas acreditavam que a mudança na lei do casamento, em particular o plano do governo de alterar o ato do casamento, de modo a impedir que casais homossexuais casados no exterior tivessem seu relacionamento reconhecido, havia tomado dos homossexuais o direito de serem tratados igualmente, “seja casamento, aposentadoria, visitas a hospitais, adoção ou tratamentos de fertilização in vitro”.

Com referência ao direito internacional, que declara que "as pessoas oprimidas de territórios ultramarinos têm direito ao autogoverno e à autodeterminação", os ativistas reivindicaram "compensação territorial" estabelecendo um estado gay independente, reivindicando as Ilhas do Mar de Coral como seu território.

Como foi que isso aconteceu? Isso realmente aconteceu?

Em 14 de junho de 2004, depois de velejar em um navio chamado Gayflower, os ativistas ergueram a bandeira do arco-iris na Ilha Cato e declararam as Ilhas do Mar de Coral um estado independente de gays e lésbicas.

Foi fundado um acampamento na ilha de Cato, que chamaram de "Heaven", em homenagem à famosa boate gay de Londres como a capital reivindicada, e a canção "I Am What I Am" em sua versão interpretada por Gloria Gaynor foi definida como o hino nacional do Reino.

Além dos habitantes manifestantes, as ilhas do Território das Ilhas do Mar de Coral estavam desabitadas e a independência do reino não foi reconhecida pela Austrália ou por qualquer governo mundial.

Declaração de Independência

“A Declaração de Independência do reino, assinada pelo soberano Dale R e enviada ao Primeiro Ministro e Governador Geral da Austrália começa com uma declaração clara: “Os homossexuais têm se esforçado honestamente em todos os lugares para se fundir na vida social das comunidades vizinhas e para serem tratados igualmente. Não temos permissão para fazê-lo. Em vão somos patriotas leais, nossa lealdade em alguns lugares que vai a extremos; em vão fazemos os mesmos sacrifícios de vida e propriedade que nossos concidadãos; em vão, esforçamo-nos para aumentar a fama de nossa terra natal em ciência e arte, ou sua riqueza através do comércio. Nos países onde vivemos há séculos,

O governo de gays e lésbicas acha que essa análise é motivo suficiente para uma pátria independente de gays e lésbicas, uma vez que - as palavras dos soberanos se assemelham à Declaração Americana de Independência: “Consideramos essas verdades evidentes, que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo seu criador de certos direitos inalienáveis, entre os quais a liberdade da vida e a busca da felicidade.”

FONTES

https://web.archive.org/web/20161110134815/http://gaykingdom.info/

https://worldofwonder.net/on-this-day-2004-the-gay-lebian-kingdom-of-coral-sea-islands-is-founded-off-the-coast-of-australia/

https://epress.lib.uts.edu.au/journals/index.php/mcs/article/view/883