16 de jul. de 2016

A Deriva Continental



A deriva continental é o movimento de grande proporção dos continentes

No final do século XVI e no século XVII, cientistas europeus notaram o encaixe do quebra-cabeça das ilhas costeiras em ambos os lados do Atlântico, como se as Américas, a Europa e a África tivessem estado juntas em uma determinada época e, depois, se afastado por deriva.
Ao final do século XIX, o geólogo austríaco Eduard Suess encaixou algumas das peças do quebra-cabeça e postulou que o conjunto dos continentes meridionais atuais formara, certa vez, um único continente gigante, chamado Terra de Gondwana. Em 1915, Alfred Wegener, um meteorologista alemão que estava se recuperando de ferimentos sofridos na Primeira Guerra Mundial, escreveu um livro sobre a fragmentação e a deriva dos continentes. Nele, apresentou as similaridades marcantes entre as estruturas geológicas dos lados opostos do Atlântico. Nos anos seguintes, Wegener postulou um supercontinente, que denominou de Pangeia, que significa "todas as terras", que se fragmentou nos continentes como os conhecemos hoje.
A morfologia (o encaixe existente entre a costa ocidental de África com a costa oriental da América do Sul), a litologia (as estruturas geológicas e as similaridades geológicas das rochas nos dois lados do Atlântico), o paleoclima (os depósitos associados com geleiras), e, além disso, os fósseis do Mesosaurus, com mais de 300 milhões de anos, que foram encontrados na América do Sul e na África, mas em nenhum outro lugar, sugerindo que os dois continentes estavam unidos quando o Mesosauros estava vivo.
Embora Wegener estivesse correto em afirmar que os continentes tinham se afastado por deriva, ele acreditava que os continentes flutuavam como barcos sobre a crosta oceânica sólida, arrastados pelas forças das marés, do sol e da lua, logo, sua hipótese acerca de quão rápido eles se moviam e quais forças os empurravam na superfície terrestre mostrou-se errônea, pois pode ser demostrado que as forças das marés são fracas demais para mover continentes, o que reduziu sua credibilidade entre outros cientistas.
Ainda na tentativa de comprovar a hipótese da deriva continental, o geólogo Arthur Holmes propôs que a força que movia os continentes por conta da convecção do manto da Terra e a deriva não se tratava apenas de uma separação entre os blocos, mas a um processo de expansão do assoalho oceânico. Porém, o argumento hegemônico entre os cientistas era que a crosta e o manto são rígidos e imóveis.
Holmes admitia que as hipóteses, podem não ter nenhum valor científico até que adquiram evidências.
As evidências emergiram após uma intensa exploração do fundo oceânico no período pós-segunda Guerra Mundial. O oceanógrafo William Maurice “Doc” Ewing demostrou que o fundo do Oceano Atlântico é composto de basalto recente, e não de granito antigo. Além disso, foi descoberto um vale profundo na forma de rifte na Dorsal Mesoatlântica, que é uma cadeia de montanhas submarinas no centro do oceano, onde todos os terremotos do Atlântico ocorreram nas proximidades do rifte. Outas dorsais mesoceânicas com formas e atividades sísmicas similares foram encontradas nos Oceanos Pacífico e Índico.
Depois de todas as evidências apresentadas, se concluiu então que a crosta se separa ao longo dos riftes nas dorsais mesoceânicas e que o novo fundo oceânico forma-se pelo soerguimento do magma nessas fraturas. O novo assoalho oceânico expande-se lateralmente a partir do rifte e é substituído por uma crosta ainda mais nova, em um ciclo contínuo de formação de placa.
A superfície terrestre é um mosaico de 12 grandes placas, bem como um número de placas menores, de litosfera rígida, que se movem lentamente sobre a astenosfera dúctil.
Os geólogos fizeram uma reconstituição de como seria o a Terra no da fragmentação há cerca de 750 milhões de anos.

O supercontinente Pangeia já estava agregado há aproximadamente 237 milhões de anos, circundado pelos superoceanos Pantalassa (que deu origem ao Oceano Pacífico) e Tétis (que deu origem ao Mar Mediterrâneo).

A fragmentação da Pangeia foi assinalada pela abertura de riftes a partir dos quais lavas extravasaram.

Há aproximadamente 150 milhões de anos, a Pangeia estava nos seus estágios iniciais de fragmentação. O Oceano Atlântico abriu-se parcialmente, o Oceano Tétis contraiu-se e continente os continentes da Laurásia ao norte tinha sido se separado dos da Gondwana ao sul.

Há 66 milhões de anos, o Atlântico Sul abriu-se e alargou-se. A Índia estava no seu caminho em direção ao Norte e à Ásia, e o Oceano Tétis estava se fechando de modo a formar o Mar Mediterrâneo.



O mundo atual foi configurado durante os últimos 65 milhões de anos. A Índia colidiu com a Ásia, terminado a sua viagem através do oceano, e ainda está sendo empurrada em direção ao norte na Ásia, a Austrália separou-se da Antártida, a América se uniu, e etc. 



REFERÊNCIAS 
TEIXEIRA, W.; FAIRCHILD, T.R.; TOLEDO, M.C.; TAIOLI, F. Decifrando a Terra. São Paulo, Oficina de Textos. 2000.

GROTZINGER, J. & JORDAN, T. H., 2013. Para Entender a Terra. Tradução: Iuri Duquia Abreu, 6 ed. – Porto Alegre: bookman, 738 p.

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