O autor José Carlos Libâneo publicou um estudo sobre
as tendências pedagógicas brasileiras, destacando suas raízes, principais
teóricos, o papel da escola, a relação entre os agentes educacionais e métodos
de ensino.
O termo tendência indica que estamos falando de um
processo onde novas ideias estão vindo à tona e não que houve uma ruptura com o
que já estava posto ou uma mudança abrupta nas formas de ensinar. Nenhuma
dessas tendências pedagógicas desapareceu com o tempo após o surgimento de
outra, elas foram coexistindo e se relacionando até hoje.
O autor dividiu as Tendências Pedagógicas em dois
grandes grupos: Tendência Liberal e Tendência Progressista.
A Tendência Progressista o Pedagogia Progressista
parte de uma análise crítica das realidades sociais, com foco nas finalidades
sociopolíticas da educação.
Ela se manifesta em três diferentes tendências: a
libertadora, a libertária e a crítico social dos conteúdos.
a) A tendência progressista libertadora é
popularmente conhecida por ser a vertente defendida por Paulo Freire,
por isso, também conhecida como pedagogia freiriana. Ela afirma que ensinar não
é algo mecânico, em que cada um domina uma certa quantidade de conteúdos de
determina disciplina e os repassa aos seus educandos, mas é, primeiro, está
aberto às indagações e às curiosidades dos alunos frente aos desafios que esta
realidade apresenta. O seu método é baseado no diálogo, onde o professor não é
mais importante que o aluno, onde ocupam uma posição de igualdade. A
aprendizagem se dá a partir de situações-problema das quais se analisa
criticamente a realidade concreta. O que é aprendido não decorre de uma
memorização ou imposição, mas do nível crítico de conhecimento, ao qual se
chega pelo processo de compreensão, reflexão e crítica.
b) A tendência progressista libertária parte do
pressuposto de que somente o vivido pelo educando é incorporado e utilizado em
situações novas, por isso o saber sistematizado só terá relevância se for
possível seu uso prático, isto é, a valorização da experiência vivida. É na
vivência coletiva que os alunos aprenderão a se organizar e a buscar as respostas
para suas necessidades e exigências da vida social. Nela, o professor
desempenha o papel de conselheiro, orientador e catalisador das discussões do
grupo.
c) a tendência progressista "crítico-social dos
conteúdos", também conhecida como histórico-crítica, propõe uma
superação das pedagogias tradicional e renovada, valorizando a ação pedagógica
inserida na prática social concreta. Assume o saber como tendo um conteúdo
relativamente objetivo, mas introduz uma possibilidade de utilizá-los no
confronto com as realidades sociais. Ela visa preparar o aluno para o mundo
adulto e suas contradições a partir do relacionamento dos conteúdos estudados
com as experiências dos alunos. Está baseada nas estruturas cognitivas dos
alunos. O professor precisa saber (compreender) o que os alunos dizem ou fazem,
o aluno precisa compreender o que o professor procura dizer-lhes.
REFERÊNCIAS
Tendências Pedagógicas na Prática Escolar - José
Carlos Libâneo
As Principais Tendências Pedagógicas na Prática Escolar
Brasileira e Seus Pressupostos de Aprendizagem - Delcio Barros da Silva
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