Todas as áreas da
superfície terrestre apresentam características que as individualizam, seja de
forma natural, seja cultural. No entanto, uma é dependente da outra, pois o
ambiente modifica as relações sociais e as atividades econômicas. Partindo disso,
costumamos identificar as diferentes formas de interação com o espaço por meio
de recortes que chamamos de regiões.
Na Geografia, as regiões
são áreas que são amplamente divididas por características físicas, características
de impacto humano e a interação da humanidade e do meio ambiente. Regiões
geográficas e sub-regiões são descritas principalmente por seus limites
imprecisos e, às vezes, transitórios, exceto áreas de jurisdição, como
fronteiras nacionais, pois são definidas em lei.
Regionalizar uma área
significa dividi-la em regiões. Essa divisão, contudo, não é feita de qualquer
maneira; ela segue critérios específicos. Existem diferentes critérios que
podem ser levados em consideração para o estabelecimento de uma regionalização:
econômicos, políticos, sociais, culturais, históricos, naturais, entre outros.
Cada região se diferencia das outras, portanto, por ter características
peculiares. A regionalização de uma área pode ter a função de descentralizar a
administração para melhor planejar as ações políticas e também para facilitar a
pesquisa e a coleta de dados sobre o território. Há diversas formas de
regionalizar o espaço geográfico brasileiro.
Desde a colonização que o
Brasil, por questões políticas, administrativas e econômicas, vem sendo
dividido em regiões, como no caso das capitanias hereditárias e dos
governos-gerais. A primeira proposta de regionalização foi realizada em 1913 e
depois dela outras propostas surgiram, tentando adaptar a divisão regional às
características econômicas, culturais, físicas e sociais dos estados. A
regionalização atual é de 1970, adaptada em 1990, em razão das alterações da
Constituição de 1988. O órgão responsável pela divisão regional do Brasil é o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Divisão Regional de 1913
Surgiu para ser utilizada
no ensino de geografia. Os critérios utilizados para esse processo foram apenas
aspectos físicos: clima, vegetação e relevo. Dividia o país em cinco regiões:
Setentrional, Norte Oriental, Oriental, Meridional.
Divisão Regional de 1938
Na década de 1930, as
divisões se proliferaram e houve demanda por uma regionalização de caráter
oficial. Foi criado em 1936 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), órgão governamental brasileiro responsável pela divisão regional
oficial em vigência hoje. Por outro lado, a divisão usada pelo Ministério da
Agricultura foi a escolhida organizar os dados estatísticos de população,
território e economia presentes no Anuário Estatístico do Brasil, publicado em
1938. A região Norte era composta
pelos estados de Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí e o território do Acre. Goiás
e Mato Grosso formavam com Minas Gerais a região Centro-Oeste. Bahia,
Sergipe e Espírito Santo formavam a região Leste. O Nordeste era
composto por Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Paraná,
Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro pertenciam à
região Sul.
Divisão Regional de 1942
Somente mais tarde, em
1942, o IBGE elaborou sua primeira divisão oficial e aprovada pelo presidente
da República. Ela foi feita a partir de alterações na divisão de 1913. Foram
demarcadas sete regiões: o Brasil Norte-Oriental foi dividido em Nordeste
Ocidental (Maranhão e Piauí) e Nordeste Oriental (Alagoas, Ceará, Paraíba,
Pernambuco e Rio Grande do Norte); o Brasil Oriental em Leste Setentrional
(Bahia e Sergipe) e Leste Meridional (Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de
Janeiro e o então Distrito Federal); o Brasil Central foi chamado de
Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso e território de Ponta-Porã), o Brasil
Setentrional de Norte (Amazonas, Pará e território do Acre) e o Brasil
Meridional de Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e
território do Iguaçu). No mesmo ano de 1942, o território federal de Fernando
de Noronha foi criado (na região Nordeste Oriental) e no ano seguinte foi a vez
dos territórios do Rio Branco, Amapá e Guaporé (todos na região Norte).[5] Em
1946, os territórios de Ponta-Porã e do Iguaçu foram extintos. Em 1960, foi
criada Brasília e, com isso, o distrito federal passou a ser parte do
Centro-Oeste e o antigo distrito federal tornou-se o estado da Guanabara. Em
1962, o Acre passou a ser estado e o território do Rio Branco foi batizado como
Roraima.
Divisão Atual
Em 1970, o Brasil ganhou o
desenho regional atual. Nasceu o Sudeste, com São Paulo e Rio de Janeiro sendo
agrupados a Minas Gerais e Espírito Santo. O Nordeste recebeu Bahia e Sergipe.
Todo o território de Goiás, ainda não dividido, pertencia ao Centro-Oeste. Mato
Grosso foi dividido alguns anos depois, dando origem ao estado de Mato Grosso
do Sul.
Com as mudanças da
Constituição de 1988, ficou definida a divisão brasileira que permanece até os
dias atuais. O estado do Tocantins foi criado a partir da divisão de Goiás e
incorporado à região Norte; Roraima, Amapá e Rondônia tornaram-se estados
autônomos; Fernando de Noronha deixou de ser federal e foi incorporado a
Pernambuco.
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