O
movimento republicano só se transformou em força decisiva quando a monarquia
perdeu o apoio dos grupos que a sustentavam: a Igreja católica, os militares e
os cafeicultores do Vale do Paraíba.
Sem
o apoio necessário para se manter no poder, a Monarquia ficou enfraquecida e
abriu-se o caminho para a proclamação da República.
Desde
o período colonial, o poder civil e o religioso estavam unidos e, seguindo a
mesma política que a Coroa Portuguesa estabelecia com a Igreja Católica, a Constituição
de 1824 determinava a subordinação da Igreja Católica ao Estado. O
imperador, por meio da Lei do Padroado, nomeava bispos e construía igrejas e,
pela Lei do Beneplácito Régio, permitia ou proibia a aplicação das ordens
papais no país.
Ao
longo do século XIX, contudo, a Igreja buscou recuperar seu poder. Em 1864, por
meio da Bula Syllabus, o papa Pio IX proibiu os clérigos de participarem
da maçonaria e ordenou a expulsão de todos os maçons da igreja. O objetivo do papa era extinguir a influência
dessa sociedade na Igreja, já que eles influenciaram fortemente a ascensão das
ideias iluministas na Europa. Todavia, por ser uma organização bastante forte
no Brasil, ligada a alguns membros do governo, a aplicação da norma foi vetada
por Dom Pedro II por meio do Beneplácito Régio, fazendo com que a
relação entre a monarquia e a Igreja Católica entrasse em crise, sendo
intensificada quando, na década de 1870, o imperador condenou dois
bispos, o de Belém e o de Olinda, a quatro anos de prisão com trabalhos
forçados, pois eles se recusaram a seguir as ordens imperiais e expulsaram os
maçons em suas regiões.
A
tensão criada entre a igreja e a monarquia foi sem precedentes, fazendo com que
Dom Pedro II anulasse as condenações pouco tempo depois. O conflito com os
bispos deixou clara a impossibilidade de se manter a união Igreja-Estado, e
vários religiosos passaram a apoiar a causa republicana
Situações
como essa caracterizaram a Questão Religiosa, que marcou o afastamento entre o
clero católico e a monarquia.
ALGUMAS REFERÊNCIAS
HOLANDA, S. B. de (Org.).
História geral da civilização brasileira. São Paulo: Difel, 1985-1997. 11 v.
LINHARES, M. Y. L. (Org.).
História geral do Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 1990
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