9 de jun. de 2021

A Questão Militar - Militares e o Movimento Republicano Brasileiro.

 

Proclamação da República by Benedito Calixto 1893 (1 de janeiro de 1893)

O movimento republicano só se transformou em força decisiva quando a monarquia perdeu o apoio dos grupos que a sustentavam: a Igreja católica, os militares e os cafeicultores do Vale do Paraíba.

O Exército brasileiro foi o setor da sociedade mais beneficiado pela Guerra do Paraguai. Entretanto, durante o governo de D. Pedro II, o exército ocupou uma posição marginal na política brasileira. Os baixos soldos, a rígida disciplina da corporação e a lentidão nas promoções desencorajavam os filhos das elites a seguir a carreira militar. O exército tinha sua base formada basicamente de homens negros e pobres, geralmente sem nenhuma qualificação profissional, pouco considerados socialmente. A Guarda Nacional, uma milícia civil comandada pela elite agrária tinha mais prestígio o império do que o Exército.

Os militares mostravam-se bastante descontentes com essa situação, devido aos baixos pagamentos e lentas promoções. Durante a Guerra do Paraguai, os oficiais puderam conhecer a realidade das repúblicas platinas (Argentina e Uruguai), cujos exércitos ocupavam posição de primeira linha em todos os assuntos, inclusive na política. Não demorou muito para os militares brasileiros reivindicarem maior participação nas decisões de governo.

Na década de 1880, sucessivos atritos entre o governo e os militares envolvidos em questões políticas evidenciaram o objetivo militar de assumir um novo papel na cena política brasileira e desgastaram a relação entre o exército e a monarquia.

A Escola Militar da Praia Vermelha, do Rio de Janeiro, desempenhou importante papel nesse processo, e o tenente-coronel e professor Benjamin Constant tornou-se o principal divulgador do republicanismo no meio militar.

Constant e muitos militares eram seguidores da corrente de pensamento chamada, positivismo, que defendia o desenvolvimento técnico, científico e industrial do país, o qual só poderia ser alcançado com o fim do atraso representado pela monarquia.  Embora o regimento interno do Exército proibisse os militares de se manifestarem sobre assuntos políticos, o tenente-coronel gaúcho Sena Madureira criticou publicamente, em 1883, o sistema de aposentadoria proposto pelo governo aos militares.

As diferenças entre Exército e Império atingiram o limite em 1886, quando Sena Madureira se manifestou novamente sobre a política imperial num jornal gaúcho. O governo determinou uma punição e o encarregado de executá-la foi o marechal Deodoro da Fonseca, comandante da região, que se negou a cumprir a ordem de dom Pedro II.

 

 

ALGUMAS REFERÊNCIAS

HOLANDA, S. B. de (Org.). História geral da civilização brasileira. São Paulo: Difel, 1985-1997. 11 v.

LINHARES, M. Y. L. (Org.). História geral do Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 1990

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