27 de set. de 2020

Os 4 Estágios do Desenvolvimento Cognitivo

 


O psicólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) via a inteligência como um processo biológico de ajuste entre organismo consciente e seu ambiente físico social. O termo "inteligência" indica as formas de organização ou equilíbrio pelas quais o organismo estrutura cognitivamente suas experiências sensoriais e motoras.

Sua posição básica é que a maneira como raciocinamos e os tipos de experiência que temos interagimos, e que o modo dessa interação depende do estágio de maturação biológica, isto é, a complexidade das estruturas cognitivas aumenta e muda qualitativamente por diferentes estágios de crescimento mental do indivíduo.

               

1º Estágio Sensório-Motor (do nascimento até aproximadamente 2 anos)

é a primeira fase do desenvolvimento intelectual, estende-se desde o nascimento até a aquisição da linguagem, em quais conhecimentos e pensamentos estão ligados ao conteúdo de entrada sensorial específica ou atividade motora da criança; inclui condicionamento, aprendizagem de estímulo-resposta, aprendizagem de recompensa, reconhecimento perceptivo, aprendizagem e memória associativa ou mecânica.

A compreensão de cobrir um rosto (como no esconde-esconde com um bebê) não remove o rosto, nem a pessoa a quem pertence. O rosto da pessoa ainda está lá, embora não seja visto.

 

2º Estágio: Pré-Operacional (entre 2 a 7 anos)

Caracterizado principalmente por brincadeiras simbólicas e egocentrismo cognitivo, ou seja, a criança neste estágio pode ver objetos e relações apenas em termos de sua própria relação com eles. Além de aprimorar os comportamentos anteriores, a criança começa a usar a linguagem, os símbolos e desenvolve a fala e habilidades físicas.

Criança não compreende o princípio da conservação, que embora uma determinada quantidade de matéria possa assumir várias formas (uma bola de barro pode ser enrolada em um cilindro), a quantidade (volume, massa) permanece a mesma.

 

3º Estágio: Operações Concretas (entre 7 a 12 anos)

Essa fase é marcada pelo aprimoramento do pensamento, ou seja, a criança começa a raciocinar de forma lógica. Envolve a capacidade de realizar operações mentais em objetos concretos, como numeração, seriação e classificação ou outras formas de agrupamento, e a habilidade de conceber a estrutura invariável de classes, relações e números.

 

No estágio operacional concreto, a conservação é entendida. Mas, como indica o título desta fase, a lógica ou o raciocínio estão diretamente relacionados ao material físico. Por exemplo, numerosidade como tal não tem significado independentemente de entidades físicas. A adição ou subtração pode ser entendida apenas em termos da presença de objetos físicos entrando em uma ação computacional. Símbolos como tais (matemáticos ou outros) não têm significado lógico.

 

4º Estágio: Operacional Formal (12 anos em diante).

É o estágio final do pensamento operacional, manifestado no raciocínio lógico (não dependente da manipulação de objetos concretos), pensamento proposicional, pensamento combinatório e inferencial que envolve o uso de possibilidades hipotéticas, abstrações, e condições imaginárias, bem como as manipulações mentais de símbolos para conhecimento real ou experiencial.

O indivíduo consegue agregar valores morais à sua conduta, além de iniciar a transição do pensamento para o modo adulto e tomar decisões mais complexas

No estágio operacional formal, o pensamento se torna independente das entidades físicas. A cognição pode fazer uso de símbolos, linguagem e outras maneiras abstratas não materiais de descrever o mundo físico, ou mesmo estados afetivos, objetivos, inferências lógicas e assim por diante.

 

Os estágios principais são invariantes em sequência para todas as crianças, mas existem diferenças individuais na taxa de progresso de um estágio de desenvolvimento para o próximo, atribuíveis a fatores inatos e influências ambientais.

 

REFERÊNCIAS

GLOVER, John A; RONNING, Royce R. Historical foundations of education psychology: perspectives on individual differences. Plenum Press, New York (1987)

 

NOTTERMAN, Joseph M.; DREWRY, Henry N. Psychology and education: parallel and interactive approaches. Plenum Press, New York. (1993)

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